Skip to main content

Mitos sobre a Automação de pesagens em Armazéns Gerais

Podemos afirmar sem sobra de dúvidas que um dos maiores desafios do agronegócio brasileiro é infraestrutura e automação de processo. Seja no escoamento da safra até os armazéns, seja no transporte até os portos, sabemos que a infraestrutura nacional não acompanha o ritmo da produção, há anos.

No âmbito do armazenamento, vemos o seguinte cenário, o país vem quebrando vários recordes de produção e mesmo com incremento substancial de novos projetos de armazenamento nos últimos anos, a demanda por espaço é maior que a oferta.

Obviamente existem regiões mais assistidas do que outras, mas o quadro geral não é confortável.

Além de uma perda por más condições de escoamento, sejam nos caminhões e nas estradas, vemos todos os anos, citando a Safrinha como exemplo, muitas sacas de milho a céu aberto, por falta de espaço.

Além da necessidade de construção de novas unidades, é necessário reformular e reformar unidades antigas, em vários projetos percebemos que os fluxos, sejam de recepção e expedição estão muito aquém da necessidade real, e o impacto nas operações é visível, formação de longas filas, fluxo lento e claro, insatisfação para todos envolvidos.

Tendo esse cenário como pano de fundo, onde afinal de contas entra automação de pesagens?

Vejamos, se buscarmos no Wikipédia o termo “Automação” teremos a seguinte definição.

Automação (do latim Automatus, que significa mover-se por si só[1][2]) é um sistema automático pelo qual os mecanismos verificam seu próprio funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem a necessidade da interferência do homem.”

De forma resumida, mecanismo que se auto verifica, faz medições e talvez o mais importante, sem necessidade de interferência humana.

Mesmo em novos projetos de armazenamento de grãos, são pouquíssimos os que buscam iniciar as atividades tendo o processo de pesagem automático.

Por quais motivos? Vamos tentar elucidar alguns e tentar desmistificar esses mitos.

 

  • Muito complexo para instalar

Muitos proprietários e gerentes de armazéns pensam que a implantação de um projeto de automação é extremamente complexo, tanto do ponto de vista de aquisição, implantação e operação.

Não podemos ser levianos em afirmar que um projeto de automação de pesagens é algo corriqueiro, como instalar um computador ou uma impressora, claro que não, mas por outro lado é muito mais simples do que parece.

Um projeto de pesagem para uma balança bidirecional (pesagem nos dois sentidos) é muito mais simples do ponto de vista de engenharia, do que vários quadros de comando e painéis que um Armazém possui.

Principalmente em novas unidades, onde a implantação não demandará muito mais investimento e o projeto pode e deve ser levado a cabo juntamente com as outras estruturas da unidade.

Portanto, implantar um projeto de automação em um armazém não é um bicho de sete cabeças.

  • Muito Caro

Esse mito é bem comum e entendemos o motivo, afinal de contas quaisquer investimentos se tornam pesados atualmente, principalmente para novos silos.

Porém, vale a pergunta clássica sobre o assunto.

Está muito caro comparado a quê?

Uma obra atualmente demanda milhões em investimento, sim, sabemos, porém comparativamente ao todo uma automação no processo de pesagem representa por volta 1% a 1,3% do investimento total.

Isso posto, coloco uma outra questão. Quanto custo não investir?

Bem, aí a questão fica mais complexa pois, facilmente uma unidade pequena hoje em dia armazena nada nada vários milhões de reais, recepcionado soja e milho, e todo esse dinheiro passa pela balança rodoviária.

  • Meu pessoal é de confiança, não preciso

Obviamente confiar nas pessoas é condição essencial para rodar qualquer tipo de negócio. Empresários que dizem que desconfiam de todos tendem a não dormir bem além disso não ter muito sucesso, pois pessoas são a base de qualquer empreendimento.

Selecionar o responsável pelo setor de pesagens, chamamos carinhosamente de balanceiro, é muito importante para garantir não somente o fluxo de pesagens, como a segurança do local.

O dia a dia de um balanceiro, principalmente durante a safra é muito estressante, lidar com motoristas, produtores, fornecedores, responder mensagens, ligações além disso pesar corretamente é, convenhamos, muita responsabilidade.

Isso posto, é comum que alguns erros ocorram, e um processo de automação evita tais falhas, além de acelerar o fluxo de entrada e saída de veículos.

Portanto, mesmo que a pessoa responsável seja de confiança é comum que erros ocorram, ademais, esse colaborar precisará entrar de férias, pode adoecer, imprevistos podem acontecer, e como sabemos, a Safra não pode esperar.

  • É muito complicado de operar

Tecnologia pode assustar e assusta, quem nunca se deparou com um novo software ou App e ficou perdido nas primeiras experiências?

Aquela atualização que mudou a maneira de realizar determinando processo e agora precisa ser reaprendida.
Então, é assim mesmo, quase ninguém gosta de mudanças, é natural.

Mas após o período de aprendizado, existe o que chamamos de “voo de cruzeiro”, que é o período em o processo já está enraizado, todos os motoristas, funcionários já sabem como utilizar e como se comportar, e quando você pergunta se eles se veem sem aquela automação em funcionamento a resposta é sempre a mesma, de modo algum.

Em resumo, no início torcem o nariz, depois, abraçam o processo.

Podemos concluir que os projetos de reforma e construção de novas unidades armazenadoras não irão parar, dada a necessidade de infraestrutura exposta nesse material. Mesmo com novos projetos e revitalização dos antigos precisamos entender por que poucos deles utilizam automação de pesagens, nesse material, trouxemos quatro mitos que precisam ser debatidos, para novos projetos surjam e nossas unidades se tornem mais eficientes e seguras.

Em uma amostragem recente feita em vários estados do país, nos deparamos com um nível muito baixo de automação de pesagens, apenas 1,08% dos armazéns possuíam tal processo.

Temos um longo caminho pela frente até que nossas unidades estejam mais automatizadas, do ponto de vista de pesagens.

Toda e qualquer mudança demanda uma análise bem acurada sobre as variáveis que serão impactadas, fazer o mapeamento dos processos, definir o AS IS (situação atual), desenhar o TO BE (situação futura) ajudará a escolher o melhor projeto para o Armazém.

João Ferreira

Diretor Comercial SIACON | Transformando via Software a Operação de Armazéns e Terminais de Grãos

Leave a Reply