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O Tal Novo Normal

By 15 de dezembro de 2020SIACON

Respirar, ter o direito de ir e vir sem medo, sem pressão e sem restrição. Trabalhar em casa, mudar a rotina, mudar a cadeira e a mesa de trabalho. Cadê minha caneta? Meu teclado? Que calor, aqui não tem ar condicionado. O filho gritou, o marido arrastou a cadeira, o que vamos almoçar? A conta da energia aumentou, será que vamos conseguir pagar todas as contas do mês? Um cliente suspendeu a negociação, outro cancelou o contrato. Vamos manter a equipe motivada, temos que seguir com as entregas, os clientes precisam ser atendidos, estamos na safra.

Gestão 4.0, gestão digital ou gestão à distância. Tem gente fazendo dinheiro ensinando como se faz, mas como eu fiz e estou fazendo?

Como sempre, estamos mais unidos do que nunca, as decisões são tomadas em conjunto, cada gestor sabe o que é melhor para cada membro da sua equipe, e cada um faz um pouquinho além. A rotina de trabalho em casa para mim não foi fácil, não só pelo fato de ter um garotinho de 2 anos que tem mais energia que a Itaipu, mas sim porque eu gosto de rotina, de ter uma mesa com minhas coisas. E sim, eu tenho resistência a mudanças. Resolver questões pontuais até vai, mas iniciar novos projetos, não rolou mesmo. E a troca??? Olhar no olho do colega, sentar-se no café e trocar uma ideia, resolver pequenas pendências, isso não tem como mensurar e não tem como fazer à distância. Com a distância perde-se muito tempo. Um assunto que poderia ter sido resolvido no mesmo café vira uma vídeo conferência de meia hora, sem falar nas conexões que caem ou o som do carro que passa na rua.

Por outro lado este “novo normal” me agrada quando eu sou o cliente, vende-se de tudo pelo whatsapp. Até a C&A mandou oferecendo ajuda para compras no site. Que máximo! Compras online já me agradavam antes, não que eu não goste de bater pernas no shopping, mas a sensação de receber algo em casa dentro de uma caixa traz aquela sensação de criança, de quando já se sabia o que era o presente, mas dava uma ansiedade boa ao abrir.

E algumas descobertas. Eu me vi mais solidária, pensando e agindo por aquele que realmente nada tem. Descobri também que sou casada com um cara legal (piada pronta, pois sempre disse que no contrato do nosso casamento estava combinado uma viagem dele por semana a trabalho). Ele é legal porque eu não fico bem com a incerteza, o não planejado me deixa instável, e ele está lá para me apoiar, sem desanimar uma só vez.

No mais, o resto fica para quando tudo isso acabar. Assim teremos o verdadeiro normal, um pouco melhorado, com certeza. E faremos nossa confraternização de pós safra/2020 , para enfim, queimarmos TODAS as máscaras!

Artigo escrito por Cristiane Schwingel (https://www.linkedin.com/in/cristiane-schwingel/)

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